Comércio eletrônico teve crescimento anual médio de 30,2% de 2017 a 2022. Veja mais dados de estudos

O comércio varejista tem passado por transformações desde o início da pandemia da Covid-19, quando se viu obrigado a acelerar sua transição para o ambiente digital, um movimento que não se restringiu às grandes corporações, mas também englobou micro, pequenas e médias empresas (PMEs). A necessidade de adaptação ao novo normal fez com que o país testemunhasse um crescimento significativo no número de lojas digitais, com um aumento de 6,8% entre 2021 e 2022, ultrapassando a marca de 565 mil estabelecimentos online. Este período também registrou um faturamento expressivo para o comércio eletrônico, alcançando R$ 185,7 bilhões distribuídos em quase 400 milhões de transações, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).

Apesar das inúmeras oportunidades geradas por essa migração digital, as empresas se depararam com desafios distintos dos enfrentados no comércio físico, incluindo a necessidade de construir um ecossistema online eficiente que abrangesse desde a exposição de produtos até a implementação de sistemas de pagamento, entrega e logística de frete adequados.

Nesse contexto, os marketplaces surgiram como uma solução vital, permitindo que pequenos negócios expusessem seus produtos em vitrines virtuais de gigantes do varejo. Um estudo da Amazon Brasil revelou que 99% dos vendedores ativos em sua plataforma são PMEs, com cerca de 60 mil vendedores parceiros distribuindo quase 10 milhões de produtos por todo o país, muitos dos quais iniciaram suas operações digitais entre 2020 e 2022.

A expansão do e-commerce transcende as fronteiras brasileiras, sendo um fenômeno observado em toda a América Latina, com um crescimento anual médio de 30,2% de 2017 a 2022. Além disso, há um crescente interesse das PMEs brasileiras em explorar mercados internacionais, embora ainda representem uma parcela minoritária do valor total exportado pelo país. Em 2022, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 40,8% das companhias exportadoras brasileiras, mas apenas por 0,9% do valor exportado.

Para encorajar e facilitar a participação das PMEs no comércio exterior, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) vem implementando a Política Nacional de Cultura Exportadora (PNCE) desde meados de 2023, com estratégias customizadas para cada estado. Paralelamente, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) promove o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), que já beneficiou 25 mil empresas, das quais 58,9% são PMEs.

Este panorama evidencia não apenas a capacidade de resiliência e adaptação do setor varejista brasileiro diante de adversidades, mas também destaca o papel fundamental das PMEs na diversificação e fortalecimento da economia nacional e sua inserção no mercado global.

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