O estudo “Futures of Big Tech in Europe: Scenarios and Policy Implications” revela que as cinco maiores empresas de tecnologia dos EUA investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) mais do que os 27 países da União Europeia (UE) em sete anos. O estudo de 80 páginas sugere que, para competir no cenário digital dominado pelos EUA, não basta aplicar regulamentações antimonopolistas, mas também fomentar o surgimento de novas empresas europeias.
Lançado na semana de implementação do Digital Markets Act (DMA), o estudo destaca a necessidade da UE de adotar iniciativas para fortalecer sua posição econômica e tecnológica. Destaca-se que as maiores empresas de tecnologia, principalmente sediadas nos EUA, investem significativamente em P&D, enquanto a Europa aparece mais abaixo no ranking global de empresas de tecnologia.
O documento mostra que, em 2022, as 10 empresas com maiores orçamentos de P&D foram a Amazon, Meta, Alphabet, Apple, Microsoft, Tencent e Intel dos EUA, Huawei da China, Samsung da Coreia do Sul e somente a Volkswagen da Europa. No contexto, as cinco maiores empresas de tecnologia com sede nos EUA investiram mais de US$ 200 bilhões em P&D em 2022, representando 80% de seus lucros e 30% de todos os gastos com P&D por empresas listadas nas bolsas de valores norte-americanas.
Segundo a pesquisa, cinco das seis empresas de trilhão de dólares têm sede nos EUA e são todas do setor de tecnologia. Ainda, entre as 100 maiores empresas de tecnologia, as sete primeiras são dos EUA, seguidas por duas da Ásia. As primeiras empresas de tecnologia sediadas na Europa são encontradas em 13º lugar (ASML, Países Baixos), 20º lugar (SAP, Alemanha) e 35º lugar (Schneider Electronics, França); ao fim, apenas 11 empresas da Europa estão entre as 100 primeiras.
Para enfrentar esses desafios, o estudo propõe quatro cenários para 2040 e recomenda reforçar regulamentações antimonopolistas, estimular novos atores produtivos europeus, comparar orçamentos de P&I com os gastos das grandes empresas de tecnologia, e investir em grandes projetos. Além disso, sugere medidas específicas para cada cenário, incluindo supervisão da concorrência, isenção de despesas com educação e pesquisa, acordos globais para desenvolvimento produtivo, e promoção de inovação local.
Leia aqui a pesquisa na íntegra.