Conselho Digital participa de Audiência Pública no GT sobre proteção de crianças e adolescentes em ambiente digital 

O Conselho Digital participou, nesta quarta-feira (1), de uma Audiência Pública no Grupo de Trabalho (GT) sobre proteção de crianças e adolescentes em ambiente digital, com o tema impacto das redes sociais na saúde mental de crianças e adolescentes. A Associação foi representada pela Head de Relações Institucionais, Roberta Jacarandá. 

Em sua fala, Roberta comentou sobre o estudo publicado pelo Conselho Digital, Muito Além do Tempo de Tela, baseado em 8 metanálises e revisões sistemáticas de mais de 1000 estudos nacionais e internacionais, que fala sobre os impactos do uso das redes sociais por crianças e adolescentes. A pesquisa mostra que há ao menos 15 fatores que modulam os efeitos desses impactos, como: qualidade do sono, contexto familiar, gênero, hábitos alimentares, resiliência individual, entre outros. 

“Nós sabemos que as redes sociais, o ambiente online, ele apresenta riscos, mas ele também apresenta benefícios muito importantes, como aprendizado, pertencimento e o desenvolvimento de habilidades criativas. E conhecer esses 15 fatores que modulam os efeitos desse impacto se torna muito importante”, defendeu. 

A especialista também ressaltou a importância da abordagem de responsabilidade compartilhada. “Pode diminuir de forma significativa esses riscos se nós estivermos tratando de uma rede de responsabilidade ao redor dessas crianças e adolescentes e que envolvem sim, escola, família, o setor privado, as empresas, o governo”, afirmou. 

Na ocasião, ela citou “sistemas robustos” e ações que as plataformas têm feito para reforçar a segurança de crianças e adolescentes. Por exemplo, o Instagram modificou suas políticas para tornar as contas de usuários menores de 16 anos privadas; o TikTok configurou automaticamente as contas de usuários menores de 18 anos para o modo privado; o Youtube Kids permite definições de tempo e monitoramento dos vídeos acessados; entre muitas outras ações das plataformas para assegurar um ambiente seguro para as crianças, adolescentes e suas famílias. 

Outras participações 

A palestrante Renata Mielli, do Comitê Gestor da Internet, também pontuou a necessidade de ter uma abordagem de responsabilidade compartilhada, quanto tratar sobre crianças e adolescentes nas redes. “Essa questão da relação da infância e da adolescência com as telas, isso está presente na sociedade e há uma compreensão de que a responsabilidade do cuidado da criança, principalmente quando você está discutindo essa interação com tecnologias, ela precisa ser uma responsabilidade, digamos assim, tripartite. Você tem a responsabilidade da família, você tem a responsabilidade que cabe ao setor privado para proteger as crianças e adolescentes, seja ele da radiodifusão, seja ele das empresas de tecnologia”, disse. 

A representante do Youtube, Alana Rizzo, pontuou que deve-se ter um equilíbrio entre uso responsável e uso equilibrado das redes. “A gente sabe que é uma realidade o uso das plataformas digitais. É uma realidade não só do universo menores de 18 anos, mas também da sociedade. A gente também não quer deixar, principalmente num país como o Brasil, cheio de desigualdades, a gente não quer deixar ninguém pra trás. A gente quer garantir que todo mundo tenha um acesso de conteúdo de qualidade, que tenha informação de qualidade. Então a gente precisa muito buscar esse equilíbrio”, comentou. 

Rizzo também ressaltou a importância de distinguir as necessidades das crianças e adolescentes, e tornar o ambiente seguro para ambos os públicos. “A gente entender que quando a gente está falando de crianças, adolescentes, não só a gente está falando de realidades muito distintas, mas a gente também está falando de faixas etárias distintas, que tem um processo de evolução muito diferentes e que precisam ser avaliados, analisados de acordo com cada uma delas”, disse.